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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sinto que uma grande nuvem negra me cobre. Sinto que não sinto nada. Vejo a vida que passa na frente dos meus olhos. Ouço barulhos, vozes, sinto cheiros. Mas é como se houvesse um muro entre o mundo e eu. Sentir-se vazio é não sentir nada. É sentir o vazio. Sentir essa dor no peito que te absorve, como um aspirador, é como uma profunda tristeza em um mundo feliz, é frio em verão muito quente. O vazio é chorar enquanto todos riem.
É chorar sem saber porque. É saber que não há nada para procurar, é estar sozinho em uma multidão, é pior que não ter respostas, é não ter perguntas. Não há sentido, não há nada, só há o que te falta. Sentir-se vazio é ter a certeza que não haverá nada que te preencha. Minha arma ainda está quente e não há gritos, não há lágrimas, não há morte, não há nada. Minha arma e minha alma ficaram vazias. Minha mente vai se esvaziando, se enchendo de nada. O vazio é escuro e frio. O vazio está cheio de tudo o que não é você. É dormir sem sonhar. É viver sem sonhar. É amar sem sentir. É sonhar sem sentir. Quem eu sou? De onde venho? Pra onde vou? Porque sinto esse frio, o pior frio que eu já senti na minha vida? E a partir daí, do vazio mais profundo, minha alma começa a se encher. Como um pulmão que se enche de ar, minha mente se enche de imagens, de sensações. Agora eu entendo que estava vazio. Minha alma é minha outra vez.
quase anjos

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